Rechaçamos nos mais firmes termos a decisão das autoridades marroquinas de expulsar deputados da Izquierda Unida do Parlamento Europeu, na sexta-feira (27 de outubro), impedindo sua visita ao Saara Ocidental. O Reino do Marrocos tem frequentemente buscado impedir o acesso ao território ocupado militarmente por parte de jornalistas, ativistas e parlamentares que buscam conhecer em primeira mão a realidade do povo saaráui sob ocupação.

Ao chegar à capital da República Árabe Saaráui Democrática (RASD) -- declarada em 1976, mas ainda sob ocupação -- El-Aiún, a delegação de cinco parlamentares e um assessor foi impedida de entrar no país e obrigada a retornar à Espanha, de onde havia partido. Os parlamentares tinham como objetivo reunir-se com associações de familiares de vítimas de violações de direitos humanos, organizações dedicadas aos direitos das mulheres e crianças e ativistas saaráuis.

A tentativa do Reino Marroquino de silenciar aqueles que denunciam as arbitrariedades e brutalidades da ocupação que exerce sobre o povo saaráui não será bem sucedida. No Parlamento Europeu, grupos como o da delegação expulsa e outros têm pressionado autoridades europeias que não só negligenciam com o compromisso internacional de descolonização e autodeterminação do povo saaráui e com as graves violações de direitos humanos de que os saaráuis são vítimas, mas que também escolhem ser cúmplices do regime marroquino ao estabelecer parcerias comerciais às custas dos recursos naturais roubados do povo saaráui.

A denúncia, à qual o Conselho Mundial da Paz (CMP) se soma, em irredutível solidariedade ao povo saaráui, deve se fortalecer.

Através de incontáveis comitês, associações e iniciativas populares e parlamentares, essa política tem sido questionada e exposta com o apoio das missões de solidariedade e conhecimento da situação do povo saaráui sob ocupação. Tentativas de impedir o acesso ou silenciar as denúncias, que vêm principalmente do movimento social saaráui, em valente resistência, não triunfarão!

Pelo fim da ocupação marroquina e pela autodeterminação do povo saaráui, já!

Socorro Gomes
Presidenta do Conselho Mundial da Paz