Nuclear weapons are a serious threat to Humanity - their abolition is urgent!

Tuesday, October 26, 2021

The past months of August and September signal moments that remind us of the nuclear horror and call on us all for a more determined action in defence of peace and disarmament –on August 6 and 9 we evoke the US nuclear bombings on the Japanese cities of Hiroshima and Nagasaki, in 1945, and their dramatic consequences, which persist to this day; on August 29 we celebrate the International Day against Nuclear Tests; on 21 September the International Day of Peace; and on 26 September the International Day for the Total Elimination of Nuclear Weapons.

The current world reality, however, could not be further from the values in defence of peace associated with these evocations.

Military expenditures and the arms race are on the rise, driven by the United States of America, a country that accounts for about a third of total military expenditures worldwide. A considerable part of the North American military expenses is earmarked precisely for the modernisation of its nuclear arsenal and its military doctrine foresees the use of nuclear weapons in a first attack, even against countries that do not have this type of weapon.

It should be recalled that in recent years, the US has also abandoned important treaties on limitation and containment of nuclear weapons, such as the Intermediate-Range Nuclear Forces (INF) Treaty. At the same time, the US, with the contribution of its allies, including NATO, escalates its militarist policy, namely targeting China and Russia – two countries with nuclear weapons –, with the creation or reactivation of military treaties in the Indo -Pacific and the reinforcement of its military presence in that region. AUKUS, an agreement between the US, the UK and Australia, includes the purchase of nuclear submarines by the latter state, which, by implying the transfer of nuclear technology for military purposes, violates the spirit of the Treaty on the Non-Proliferation of Nuclear Weapons and represents a new threat to the Treaty of Rarotonga, which designates the South Pacific as a nuclear weapons free zone.

Currently, there could be around thirteen thousand nuclear warheads in the world, of which around 3800 are in an operational state, that is, ready to be used. A small part of them, if used, would have a destructive power thousands of times greater than that of the bombs dropped on Hiroshima and Nagasaki and have devastating and prolonged effects on the environment. The US, the only country that has so far used this type of weapon on populations, spends more on its nuclear arsenal and carried out more nuclear tests than the other eight nuclear-armed countries combined – Russia, UK, France, China , India, Pakistan, Israel and DPR Korea.

Only the abolition of nuclear weapons can effectively guarantee that they will never be used again.

The Treaty on the Prohibition of Nuclear Weapons, adopted in 2017 by a United Nations Conference that aimed to negotiate a legally binding instrument banning nuclear weapons and leading to their total elimination, is already in force, although it does not include any of the countries holding nuclear weapons and NATO members.

The Portuguese government has already made it known on several occasions that it will not join this Treaty, precisely because it is aligned with the policy of the US and NATO, a "nuclear alliance".

On the part of the Portuguese Council for Peace and Cooperation – heir and continuator of the peace movement that emerged after the Second World War followed by major worldwide campaign for the abolition of nuclear weapons – the struggle for a general, simultaneous and controlled disarmament will continue .

On our side we have the Constitution of the Portuguese Republic, which enshrines this objective as a principle of Portugal's foreign policy, and – we know it – the will of the overwhelming majority of the Portuguese, who want peace and an end to nuclear and other weapons of mass destruction .

It is time to step up action for peace and disarmament. In defence of Humanity and Life!

-/-

As armas nucleares são uma séria ameaça à Humanidade

- é urgente a sua abolição!

Os passados meses de agosto e setembro marcam momentos que nos lembram o horror nuclear e nos convocam a todos para uma acção mais determinada em defesa da paz e do desarmamento – a 6 e 9 de agosto evocam-se os bombardeamentos nucleares norte-americanos sobre as cidades japonesas de Hiroxima e Nagasáqui, em 1945, e as suas dramáticas consequências, que ainda perduram; a 29 de agosto celebra-se o Dia Internacional contra os Testes Nucleares; a 21 de Setembro o Dia Internacional da Paz; e a 26 de Setembro o Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares.

A actual realidade mundial, porém, não podia estar mais longe dos valores em defesa da paz associados a estas evocações.

As despesas militares e a corrida armamentista não cessam de aumentar, impulsionadas pelos Estados Unidos da América, país que representa cerca de um terço do total das despesas militares ao nível mundial. Parte considerável dos gastos militares norte-americanos destinam-se precisamente à modernização do seu arsenal nuclear e a sua doutrina militar prevê a utilização de armamento nuclear num primeiro ataque, inclusive contra países que não disponham deste tipo de armamento.

Recorde-se ainda que os EUA abandonaram nos últimos anos importantes tratados de limitação e contenção de armamento nuclear, como o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio (INF). Ao mesmo tempo, os EUA, com a contribuição dos seus aliados, incluindo da NATO, agravam a sua política militarista, nomeadamente visando a China e a Rússia – dois países detentores de armas nucleares –, com a criação ou reativação de tratados militares no Indo-Pacífico e o reforço da sua presença militar nessa região. O AUKUS, acordo celebrado entre os EUA, o Reino Unido e a Austrália, inclui a aquisição por parte deste último estado de submarinos nucleares, o que, ao implicar a transferência de tecnologia nuclear para fins militares, desrespeita o espírito do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares e constitui uma nova ameaça sobre o Tratado de Rarotonga, que consagra o Pacífico Sul como zona livre de armas nucleares.

Atualmente, existirão cerca de 13 mil ogivas nucleares no mundo, das quais cerca de 3800 se encontram em estado operacional, isto é, prontas a ser utilizadas. Uma pequena parte delas, se utilizada, teria um poder destrutivo milhares de vezes superior ao das bombas lançadas sobre Hiroxima e Nagasáqui e efeitos devastadores e prolongados sobre o meio ambiente. Os EUA, o único país que até ao momento utilizou este tipo de armamento sobre populações, gastam mais no seu arsenal nuclear e realizaram mais ensaios nucleares do que os restantes oito países detentores de armas nucleares em conjunto – Rússia, Reino Unido, França, China, Índia, Paquistão, Israel e RPD da Coreia.

Só a abolição das armas nucleares pode efetivamente garantir que nunca mais serão utilizadas.

O Tratado de Proibição de Armas Nucleares, aprovado em 2017 por uma Conferência das Nações Unidas que tinha como objetivo negociar um instrumento legalmente vinculativo que proíba as armas nucleares e conduza à sua eliminação total, está já em vigor, muito embora não integre nenhum dos países detentores de armas nucleares e membros da NATO.

O Governo português já fez saber em várias ocasiões que não aderirá a este Tratado, precisamente por estar alinhado com a política dos EUA e da NATO, uma «aliança nuclear».

Da parte do Conselho Português para a Paz e Cooperação – herdeiro e continuador do movimento pela paz surgido na sequência da Segunda Guerra Mundial e de uma grande campanha mundial pela abolição das armas nucleares –, a luta pelo desarmamento geral, simultâneo e controlado é para continuar.

Do nosso lado temos a Constituição da República Portuguesa, que consagra este objectivo como principio da política externa de Portugal, e – sabemo-lo – a vontade da esmagadora maioria dos portugueses, que querem a paz e o fim das armas nucleares e de destruição massiva.

É tempo de elevar a ação pela paz e o desarmamento. Em defesa da Humanidade e da Vida!