International Day for the Total Elimination of Nuclear Weapons - 26 September

Friday, September 27, 2019

Since 2013, 26 September has been, by decision of the UN General Assembly, the International Day for the Total Elimination of Nuclear Weapons.

Reputable scientists warn that the explosion of only one percent of today's deployed nuclear weapons in the world would amount to about 4000 times the energy released by the US atomic bomb dropped on Hiroshima in 1945.

A nuclear explosion causes massive destruction of both living beings and structures. By combining different effects, it can lead to immediate death but also to prolonged after efects that affect health, either as a result of direct exposure to radiation or the effects of environmental contamination resulting from the spread of radioactive dust.

As a result of nuclear deflagration, temperatures of several thousand degrees Celsius in the impact zone can be generated as well as winds with speeds that may exceed 1000 kilometers per hour. These effects lead to the formation of firestorms of enormous destructive power.

A nuclear conflagration, whether regional or continental, will have lasting effects on the environment, leading to catastrophic global weather changes that could persist for several years. In addition to the direct destructive action of nuclear explosions, the immediate effects and the prolonged effects of radiation emission and radioactive dust, the meteorological changes associated with the so-called “nuclear winter” - prolonged and significant decrease in average environmental temperatures due to the concealment of sunlight due to the ashes projected into the upper atmosphere - would shorten the duration or eliminate the fertile periods of plant growth for years, leading most humans and other animal species to succumb to starvation.

The Portuguese Council for Peace and Cooperation (CPPC), heir to the peace-loving movements that emerged in the early 1950s - which had precisely in the demand for the end of atomic weapons one of its most important causes and in the Stockholm Appeal its greatest expression - has always supported this claim, which is so important for securing world peace and the future of humanity, a demand which today has a significant instrument in the Treaty on the Prohibition of Nuclear Weapons.

This Treaty, negotiated in 2017 by a United Nations conference and then approved by 122 countries, needs to be ratified by more than 50 states to enter into force - so far it has been signed by 70 states and ratified by 26. None of the nuclear powers or NATO members have signed or ratified this Treaty, and the whole process is marked by multiple pressures, mainly from the United States, against the signing of the Treaty.

The CPPC launched a petition for Portugal to sign and ratify this Treaty, which collected more than 13,000 signatures, and was delivered to the Assembly of the Republic, that discussed it last July.

Called to pronounce on draft resolutions that substantiated the substance of the petition's content, the Socialist (PS), Social Democrat (PSD) and Christian Democrat (CDS) parties voted against Portugal's accession to the Nuclear Weapons Ban Treaty, opting to keep the country tied to "international commitments" that collide openly with the interest of Portugal, with the aspiration for peace on the part of the Portuguese people and the spirit and letter of the Constitution of the Portuguese Republic - which, among other matters, calls for 'general, simultaneous and controlled disarmament' and for the 'dissolution of political-military blocks'.

The CPPC considers that the most recent developments in the international situation, namely the development of new nuclear weapon technology and the unilateral decision by the United States to withdraw from international agreements and treaties aimed at nuclear weapons restraint, make the demand for nuclear and other weapons of mass destruction eradication even more urgent, in the interest of humanity's survival and life on the planet.

Portugal's accession to the Nuclear Weapons Ban Treaty will constitute an important contribution to peace and disarmament!

26 September 2019
National Board of the CPPC

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Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares - 26 de Setembro

Desde 2013 que o dia 26 de Setembro é, por decisão da Assembleia-Geral das Nações Unidas, o Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares.

Reputados cientistas alertam que a explosão de apenas um por cento das armas nucleares operacionais hoje existentes no mundo equivaleria a cerca de 4000 vezes a energia libertada pela bomba atómica lançada pelos EUA sobre Hiroxima, em 1945.

Uma explosão nuclear provoca a destruição massiva quer de seres vivos quer de estruturas inertes. Pela conjugação de diferentes efeitos, pode conduzir a morte imediata mas também a sequelas desfasadas no tempo, que afetam a saúde, quer em resultado da exposição direta às radiações quer pelos efeitos da contaminação do meio ambiente resultante da disseminação de poeiras radioativas.

Em consequência da deflagração nuclear, podem ser geradas temperaturas de vários milhares de graus Celsius na zona do impacto bem como ventos com velocidades que podem exceder 1000 quilómetros por hora. Estes efeitos levam à formação de tempestades de fogo de enorme poder destrutivo.

Alertando ainda que uma conflagração nuclear, mesmo de carácter regional ou continental, terá efeitos duráveis sobre o ambiente, conduzindo a alterações globais catastróficas no plano da meteorologia que poderão persistir por vários anos. Para lá da ação destrutiva direta das explosões nucleares, dos efeitos imediatos e dos efeitos prolongados da emissão de radiações e das poeiras radioativas, as alterações meteorológicas associadas ao chamado “inverno nuclear” – diminuição prolongada e importante das temperaturas médias no meio ambiente devido à ocultação da luz solar pelas cinzas projetadas para a alta atmosfera – reduziriam a duração ou eliminariam os períodos férteis de crescimento das plantas durante anos, levando a maior parte dos seres humanos e outras espécies animais a sucumbir à fome.

O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), herdeiro dos movimentos em defesa da paz surgidos no início da década de 50 do século XX – que tiveram precisamente na exigência do fim das armas atómicas uma das suas mais importantes causas e no Apelo de Estocolmo a sua maior expressão –, apoia desde sempre essa reivindicação que é tão importante para o assegurar da paz mundial e o futuro da Humanidade, e que tem hoje no Tratado de Proibição de Armas Nucleares um significativo instrumento para a sua concretização.

Este Tratado, negociado em 2017 por uma conferência das Nações Unidas e aprovado então por 122 países, necessita de ser ratificado por mais de 50 estados para entrar em vigor – até ao momento já foi assinado por 70 estados e ratificado por 26. Nenhuma das potências nucleares ou membros da NATO assinou ou ratificou este Tratado, sendo todo o processo marcado por múltiplas pressões para a sua não subscrição, vindas sobretudo dos Estados Unidos da América.

O CPPC lançou uma petição pela assinatura e ratificação deste Tratado por parte de Portugal, que recolheu mais de 13 mil assinaturas, entregues na Assembleia da República, que a debateu no passado mês de Julho.

Chamados a pronunciar-se sobre projetos de resolução que concretizavam o essencial do conteúdo da petição, PS, PSD e CDS votaram contra a adesão de Portugal ao Tratado de Proibição de Armas Nucleares, optando por manter o País amarrado a «compromissos internacionais» que colidem abertamente com o interesse de Portugal, a aspiração pela paz por parte do povo português e com o espírito e a letra da Constituição da República Portuguesa – que, entre outras matérias, pugna pelo «desarmamento geral, simultâneo e controlado» e pela «dissolução dos blocos político-militares».

O CPPC considera que os desenvolvimentos mais recentes da situação internacional, nomeadamente o desenvolvimento de nova tecnologia de armamento nuclear e a desvinculação unilateral por parte dos EUA de acordos e tratados internacionais que visam a contenção de armamento nuclear, tornam ainda mais urgente a exigência da erradicação total das armas nucleares e de destruição massiva, a bem da sobrevivência da Humanidade e da vida no planeta.

A adesão de Portugal ao Tratado de Proibição de Armas Nucleares constituirá um importante contributo a favor da paz e do desarmamento!

Direção Nacional do CPPC