CPPC stands in solidarity with the refugees

Monday, July 4, 2022

Marking the World Refugee Day, which takes place on June 20, the Portuguese Council for Peace and Cooperation (CPPC) cannot fail to stress how serious has become the issue of refugees, displaced persons and migrants in the world.
According to the United Nations, the number of refugees and displaced persons is expected to have reached 100 million, following an unrelenting growth over the last decade.

These people are forced to move internally or leave their countries of origin because of wars; situations of colonial occupation; of oppression. Such situations are, most of the times, resulting from impositions of interference,
destabilisation, aggression, sanctions, promoted by the great powers for their own benefit; and occur in most regions of the globe, namely, the Middle East, Africa, Latin America, Europe, Asia.

Apart from the rhetoric of defending human rights, so often hypocritical and empty of practical content, the way in which refugees and migrants are received reveals the real nature of power in the societies and states they seek.
We must mention the death or disappearance of thousands of refugees and migrants crossing the Mediterranean into Europe or trying to enter the United States of America from Latin America.

In the European Union, the approach regarding refugees and migrants has been, among other aspects, to shift the responsibility for controlling their flow by funding countries that act as a buffer – such as Greece, Turkey, Libya,
Morocco or Sudan, for example – including the placing of barriers in border areas, the repression, the creation of detention camps or the abandonment of refugees and migrants.

The conflict in Ukraine has, on the other hand, shown that there are no limits to the hypocrisy, duplicity and prejudice of the European Union's main leaders, those same who conceived, developed and implemented inhumane approaches,
aimed mainly at those fleeing conflicts in Syria, Libya, Yemen, Afghanistan and Sub-Saharan Africa.

Apart from these measures and even in contradiction with them, various sectors of European societies have launched initiatives seeking to meet the needs of refugees and migrants, mitigate their suffering and reduce the risks
they experience. Despite having saved lives, such initiatives are, however, of reduced impact and cannot change the underlying problem.

The policies of the United States of America in relation to migrants from Latin America are well known: barriers, detention centres, separation of families, among other inhumane measures.

The CPPC condemns the exploitation of situations of frailness of refugees and migrants for whatever reasons and, all the more so, for the political manipulation of citizens' emotions and feelings. It considers urgent to
implement policies that fight the causes that are at the root of the existence of refugees and displaced people and of economic migration, namely, fair policies that respect freedom, democracy, social progress, the rights of
peoples and the sovereignty of states. So that peace, solidarity and cooperation are laid down as principles respected by all countries in their international relations.

Posted on June 20th
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CPPC solidário com os refugiados

Assinalando o Dia Mundial do Refugiado, que se cumpre a 20 de junho, o Conselho Português para a Cooperação (CPPC) não pode deixar de sublinhar quão séria se tornou a questão dos refugiados, deslocados e migrantes no mundo.

De acordo com a Organização das Nações Unidas, o número de pessoas refugiadas e deslocadas deverá ter totalizado 100 milhões, na sequência de um crescimento incessante durante a última década. Essas pessoas são forçadas a deslocar-se internamente ou a sair dos seus países de origem em consequência de guerras; de situações de ocupação colonial; de opressão. Tais situações são, as mais das vezes, decorrentes de imposições de ingerências, de desestabilização, de agressões, de sanções, promovidas por grandes potências em proveito próprio; e ocorrem na generalidade das regiões do globo, designadamente, Médio Oriente, África, América Latina, Europa, Ásia.

À parte a retórica da defesa dos direitos humanos, tantas vezes hipócrita e vazia de conteúdo prático, o modo como os refugiados e migrantes são acolhidos é revelador da real natureza do poder nas sociedades e estados a que aqueles demandam.
É referida a morte ou desaparecimento de milhares de refugiados e migrantes na travessia do Mediterrâneo para a Europa ou na tentativa de entrar nos Estados Unidos da América a partir da América Latina.
Na União Europeia, a abordagem em relação aos refugiados e migrantes tem sido, entre outros aspectos, a externalização da responsabilidade do controlo do seu fluxo com o financiamento de países que servem de tampão – como a Grécia, a Turquia, a Líbia, Marrocos ou o Sudão, por exemplo –, incluindo com a colocação de barreiras em zonas fronteiriças, a repressão, a criação de campos de detenção ou o abandono de refugiados e migrantes.

O conflito na Ucrânia veio, por sua vez, demonstrar que não há limites para a hipocrisia, duplicidade e preconceito dos principais dirigentes da União Europeia, os mesmos que conceberam, desenvolveram e puseram em prática abordagens desumanas, dirigidas sobretudo aos que fugiam de conflitos na Síria, Líbia, Iémen, Afeganistão e África Subsaariana.

À margem destas medidas e mesmo em contradição com elas, vários sectores das sociedades europeias lançaram mão de iniciativas procurando ir ao encontro das necessidades de refugiados e migrantes, atenuar o seu sofrimento e diminuir os riscos em que incorrem. Apesar de terem permitido salvar vidas, tais iniciativas têm, porém, reduzida eficácia e não podem alterar o problema de fundo.

As políticas dos Estados Unidos da América em relação aos migrantes provindos da América Latina são por de mais conhecidas: barreiras, centros de detenção, separação de famílias, entre outras medidas desumanas.

O CPPC condena a exploração de situações de fragilidade dos refugiados e migrantes sejam quais forem os fins e, por maioria de razão, para manipulação política de emoções e sentimentos dos cidadãos.
Considera prementes políticas que combatam as causas que estão na raiz da existência de refugiados e deslocados e da migração económica, designadamente, políticas justas que respeitem a liberdade, a democracia, o progresso social, os direitos dos povos e a soberania dos estados. Para que a paz, a solidariedade e a cooperação se imponham como princípios respeitados por todos os países nas suas relações internacionais.

Publicado a 20 de Junho